Crise na previdência: protestos de aposentados na Argentina revelam preocupação global
Protestos de aposentados em Buenos Aires evidenciam a crise na previdência social da Argentina, impactada por ajustes econômicos severos. Com detidos e crescente insatisfação, o cenário reflete desafios maiores enfrentados na América Latina em relação ao envelhecimento populacional.
A situação dos aposentados na Argentina está se agravando devido a ajustes econômicos. Recentemente, protestos em Buenos Aires reuniram aposentados e grupos radicais, resultando em mais de 100 detenções, marcando a manifestação mais violenta desde a posse do presidente Javier Milei em dezembro de 2023.
Os aposentados estão descontentes com as políticas de Milei, que causaram uma queda de até 30% nos benefícios, levando muitos a situações de pobreza. Além disso, não foi prorrogada a moratória que permitia aposentadorias para quem não cumpriu os 30 anos de contribuição.
Desafios globais também afetam a previdência: a ONU projeta que a população com 65 anos ou mais dobrará até 2050, o que pressiona os sistemas de previdência. Países enfrentam a necessidade de reformas, como a reforma da previdência no Brasil, que aumentou a idade mínima para 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens).
No cenário latino-americano, a Argentina é a 47ª no Índice Global de Sistemas Previdenciários, com 45,5 pontos, enquanto o Brasil ocupa a 33ª posição. A Venezuela vive uma grave crise, onde a aposentadoria mínima não chega a 2 dólares, embora o governo complemente com bônus.
Apesar das dificuldades, os venezuelanos não têm protestado por melhorias por conta da repressão governamental. Em contraste, as manifestações na Argentina podem ou não resultar em reformas efetivas.
Claudia Robles, da Cepal, enfatiza a necessidade de abordar cobertura, suficiência de benefícios e sustentabilidade financeira nos processos de reforma previdenciária.