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Crise em Champanhe, na França: na terra de Dom Pérignon, Veuve Clicquot e Moët & Chandon só se fala na taxação de 200% de Trump

Ameaça de tarifa de 200% nos Estados Unidos geraria um colapso no mercado de champanhe francês e afetaria diversos negócios na cadeia de suprimentos. Produtores e importadores enfrentam incertezas, enquanto a indústria já lida com um clima desfavorável e queda no consumo.

Produtores de champanhe na França vendem cerca de US$ 1 bilhão para os EUA anualmente, mas a alíquota da tarifa de importação de 200% ameaçada pelo presidente Donald Trump gerou incertezas.

Em Épernay, capital mundial do espumante, a expectativa é de que uma tarifa de três dígitos impossibilite a exportação do champanhe. Calvin Boucher, da Michel Gonet, afirmou que sua empresa, que exporta de 20% a 30% de sua produção, seria severamente impactada.

Os EUA são o maior mercado estrangeiro para a região de Champanhe, com envio de 27 milhões de garrafas em 2023, totalizando cerca de 810 milhões de euros (US$ 885 milhões).

A região possui mais de 4 mil viticultores e 360 casas de champanhe, produzindo cerca de 300 milhões de garrafas anualmente. As maiores casas, como Dom Pérignon e Moët & Chandon, representam um terço das vendas.

A produção já enfrentava desafios devido a mudanças climáticas e ao consumo em queda, especialmente entre os jovens, que preferem bebidas diferentes. A guerra comercial afetaria não apenas os produtores franceses, mas também importadores e distribuidores americanos.

Michael Reiss, um distribuidor, alertou para o impacto nos pequenos negócios, enquanto o ministro francês Eric Lombard chamou a guerra comercial de “idiota” e destacou a necessidade de diálogo com os EUA.

As casas de champanhe aguardam desdobramentos da ameaça de tarifa, buscando uma resolução para evitar prejuízos.

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