Crise do cacau? Lindt ‘escapa’ com poder de precificação e ação sobe 30% no ano
As empresas suíças de chocolate Lindt e Barry Callebaut enfrentam realidades opostas no mercado, influenciadas pela alta dos preços do cacau. Enquanto a Lindt se destaca com um aumento significativo em suas ações e produtos inovadores, a Barry Callebaut lida com quedas nas vendas e dificuldades de repasse de custos.
Ações de empresas de chocolate na Suíça mostram divergências em 2023.
A Lindt teve um aumento de 29% em suas ações, conseguindo repassar o alto custo do cacau por meio de novos lançamentos, como o chocolate estilo Dubai.
Por outro lado, as ações da Barry Callebaut caíram 29%, enfrentando dificuldades em fixar preços, o que afetou sua demanda.
Ambas as empresas lidam com o custo elevado do cacau, que quadruplicou em 2023 e 2024. A Lindt planeja aumentos de preços de dois dígitos, enquanto a Barry Callebaut vê clientes suspendendo pedidos.
Ignacio Canals Polo, da Bloomberg Intelligence, afirma que a Barry Callebaut enfrenta uma “tempestade perfeita”, com demanda fraca e poder limitado de fixação de preços.
A Lindt conquistou mercado, superando concorrentes como a Mondelez, e o lançamento de seu chocolate estilo Dubai é elogiado como um sucesso de vendas.
A Barry Callebaut, por sua vez, viu uma redução no teor de chocolate em produtos de seus clientes, impactando suas margens. A empresa também reduziu suas perspectivas de vendas no ano.
As ações da Barry Callebaut caíram 30% desde a entrada do CEO Peter Feld em abril de 2023, enquanto seus pares tiveram um retorno positivo de 14% no mesmo período.
Expectativas para o futuro indicam que a Barry Callebaut pode ter uma recuperação de 31%, ao passo que a Lindt pode enfrentar uma queda de 12%. Analistas consideram as ações da Lindt “caras”.
David Roux, do Morgan Stanley, destaca que, apesar da alta, a Lindt mantém sua posição premium no mercado.