Criptos tomam emprestada a confiança nos bancões para avançar no Brasil
Investimentos em criptoativos ganham espaço no Brasil com a entrada de grandes bancos tradicionais. A crescente oferta de fundos voltados para criptomoedas reflete a validação do mercado e a demanda dos investidores.
Investidores conservadores têm suas ressalvas quanto a criptoativos, mas o mercado cresce no Brasil.
No primeiro semestre de 2025, houve um avanço na incorporação de cripto pelo mercado financeiro tradicional, chamado de TradiFi. Um levantamento da Quantum Finance aponta que já existem mais de 50 fundos cripto disponíveis, com três dos dez maiores fundados por instituições tradicionais.
A Hashdex lidera, seguida pelo Itaú, Banco do Brasil e BTG Pactual. O foco é variado, incluindo desde investidores de varejo até profissionais. O Bradesco, apesar de recente, não figura entre os maiores.
Henry Oyama, da Hashdex, vê a entrada de grandes bancos como validação do mercado cripto, ampliando o acesso e acelerando a institucionalização.
Os principais fatores para lançar fundos em cripto incluem a demanda dos clientes e o amadurecimento do setor. O Itaú lançou um ETF de Bitcoin (BITI11) em 2022, enquanto o Bradesco focou em um público jovem e digitalizado em seu produto recente.
O Banco do Brasil foi pioneiro com um fundo em 2022, voltado aos investidores qualificados, mas que já atende o público geral.
A crescente oferta de fundos melhora o acesso ao universo cripto, reduzindo o atrito operacional. Gustavo Cunha, da Planejar, destaca as vantagens dos bancos na capilaridade e apresentação de opções de investimento.
Entretanto, a decisão de investir deve considerar fatores como histórico do gestor e filosofia do fundo. A análise de desempenho deve incluir o médio e longo prazo e o comportamento em diferentes ciclos de mercado.
A convergência entre o mercado cripto e instituições tradicionais reflete um caminho de aceitação semelhante ao da internet, que também começou com receios.
Ainda assim, o segmento enfrenta desafios, como a regulação em construção e a necessidade de sistemas de segurança robustos. As instituições enfatizam que um ambiente regulado aumenta a segurança, mas exige governança e compliance detailhados.