Criatividade em tempos de IA: como evitar a monocultura algorítmica
A criatividade na era da inteligência artificial enfrenta o dilema entre eficiência individual e diversidade coletiva. Pesquisas apontam que a utilização de múltiplas abordagens algorítmicas pode preservar a pluralidade na produção criativa.
O mito do gênio criativo é desmistificado pela ciência, que revela que a criatividade é uma habilidade desenvolvível. Ela surge de interações sociais e contextos, e não de lampejos de inspiração isolada.
A criatividade é validada por um campo que aceita inovações, enquanto a originalidade relacional é o que realmente conta para a inovação reconhecida.
Com a adoção de modelos de linguagem (LLM), surgem benefícios como a democratização do acesso e a superação da página em branco. Contudo, há riscos sistêmicos de homogeneização e reprodução de vieses.
A homogeneização de estilo pode reduzir a diversidade coletiva. Estudos mostram que narrativas colaborativas com IA melhoram a qualidade individual, mas diminuem a variância cultural.
Essa convergência ocorre devido à representação limitada nos dados de treino, resultando em uma erosão da pluralidade simbólica nas criações culturais e campanhas.
Pesquisadores propõem soluções: usar múltiplas personas de IA para manter a diversidade nas criações humanas e organizar agentes inteligentes para capturar preferências distintas. Isso pode preservar a variabilidade criativa.
A questão não é se as máquinas são criativas, mas como criar ecossistemas humano-IA que promovam inovação plural e socialmente valiosa. É crucial evitar a busca exclusiva pela eficiência individual e, em vez disso, projetar redes de colaboração diversas. A escolha de projeto acontece agora, em cada espaço criativo.