Crédito da Braskem deteriora no secundário; impasse da venda já dura seis anos
Braskem enfrenta crise financeira severa com dívidas exageradas e margens operacionais negativas. A companhia precisa de medidas drásticas e investimentos significativos para se manter competitiva no setor petroquímico.
Queda dos bonds da Braskem: hoje, as sete emissões internacionais da empresa apresentaram queda significativa, negociando no all-time low com descontos de até 42% sobre o valor de face.
Contexto: O mercado observa que a situação financeira da Braskem está deteriorando, enquanto Nelson Tanure, a família Odebrecht e bancos credores iniciam discussões sobre o futuro da companhia.
Desafios financeiros: Analistas afirmam que a empresa enfrenta uma tempestade perfeita, exigindo medidas drásticas para recuperação. O ciclo petroquímico negativo, presente há três anos, pressiona suas margens, resultando em:
- Média EBITDA de apenas 7% no primeiro trimestre;
- Geração de caixa operacional negativa em quase R$ 1 bilhão;
- Dívida líquida de R$ 37 bilhões, com alavancagem de 7,9x EBITDA.
Considerando operações de antecipação de recebíveis, a alavancagem pode ultrapassar 11x EBITDA. A dependência de rolagem de linhas de crédito para capital de giro é alarmante.
Necessidade de capex: Para manter a competitividade no etileno, a Braskem precisará migrar suas operações de primeira geração da nafta para o gás, um investimento elevado e complexo.
Desastre em Alagoas: A Braskem já desembolsou R$ 12,7 bilhões em reparos decorrentes do desastre em Maceió, com mais R$ 5 bilhões provisionados. O valor final pode ser maior devido a ações coletivas.
Futuro da companhia: A negociação de um novo investidor com o sindicato de bancos detentores de R$ 19,9 bilhões em créditos é crucial. Desde 2019, diversas propostas foram analisadas. Os bancos hesitam em executar a dívida devido a receios sobre o passivo de Alagoas.
Proximas passagens: Tanure e Odebrecht contrataram o Rothschild para liderar as negociações, enquanto a Petrobras afirma não ter intenção de exercer seu direito de preferência na execução das garantias da Novonor.
Conclusão: O impasse atual continua, envolvendo as complexas relações entre os credores, a Braskem e seus controladores.