Crédito avançou em modalidades de maior risco no 2º semestre de 2024
Crescimento do crédito para pessoas físicas é acompanhado por riscos crescentes, com aumento na concessão a tomadores de menor renda. Banco Central alerta para piora na qualidade das contratações e impacto das altas taxas de juros.
Crédito bancário às pessoas físicas apresentou aceleração em modalidades de maior risco e para pessoas com menor renda no 2º semestre de 2024.
O Banco Central (BC) destacou a piora na qualidade das contratações de empréstimos não consignados e o aumento do financiamento de veículos mais antigos.
No Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado em 29 de abril de 2025, o BC mencionou que o Copom iniciou um ciclo de aumento da taxa Selic em setembro de 2024, elevando a taxa para 12,25% ao ano até o final do ano.
A Selic já passou por três ciclos de alta nos últimos 12 anos. O BC explicou que a política monetária busca desacelerar a atividade, essencial para a convergência da inflação à meta.
Empresas de menor porte foram mais afetadas, pois enfrentam uma rolagem de dívidas mais curta. O impacto se reflete em ativos problemáticos em um período menor de tempo.
O relatório indicou uma piora na qualidade das novas contratações de crédito não consignado, com maior número de operações sem garantia e crédito para tomadores de menor renda.
Além disso, houve um aumento no volume de contratações de créditos maiores e financiamento de veículos mais antigos. O BC observou um apetite a risco nas operações.
As taxas de juros para o crédito não consignado e para financiamento de veículos aumentaram, tornando essas modalidades mais custosas e impactando a capacidade de pagamento das famílias.