CPI do INSS pode atrapalhar investigações e atrasar ressarcimento a aposentados, afirma Gleisi
Gleisi Hoffmann critica CPI para apurar fraudes no INSS, alegando que pode prejudicar investigações em andamento. A ministra reforça que o foco deve ser na punição dos responsáveis e no ressarcimento das vítimas.
Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, se manifestou contra a instalação de uma CPI ou CPMI no Congresso para apurar fraudes nas folhas de pagamentos do INSS.
Segundo ela, uma comissão parlamentar poderia atrapalhar investigações da Polícia Federal e atrasar o ressarcimento aos beneficiários. Gleisi afirmou que uma CPMI em um ambiente de "exploração política" pode comprometer o sucesso da investigação e afetar o andamento das medidas já em curso.
A partir da Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, a oposição ao governo Lula procura apoio para instalar uma CPI. No dia 12, a senadora Damares Alves e a deputada Coronel Fernanda protocolaram um pedido de CPMI com 259 assinaturas, contando com apoio da base governista.
Na manhã do mesmo dia, Lula realizou uma reunião com ministros, incluindo Gleisi, para discutir a repercussão política das fraudes, que somam até agora um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões.
A leitura do requerimento para a CPMI no Senado depende do presidente Davi Alcolumbre, prevista para a próxima sessão em 27 de maio.
Gleisi ressaltou que CPIs são prerrogativas do Legislativo, mas a prioridade do governo é punir os responsáveis e ressarcir os aposentados. A ministra indicou que as fraudes começaram durante o governo Jair Bolsonaro, embora a informação não tenha sido confirmada nas investigações.