CPI das Bets rejeita pedido de indiciamento de 16 pessoas em vitória do lobby pró-apostas

A CPI das Bets rejeitou o relatório final da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) por quatro votos a três, na quinta-feira, 12. A comissão enfrentou críticas por falta de foco e lobby das casas de apostas.

Os senadores que votaram contra foram: Angelo Coronel (PSD-BA), Eduardo Gomes (PL-TO), Efraim Filho (União-PB), e Dorinha Seabra (União-TO). Favoráveis ao relatório, estavam: Eduardo Girão (Novo-CE), Alessandro Vieira (MDB-SE) e Soraya.

A relatora enviará informações para órgãos como Ministério Público Federal e Ministério da Justiça, visando investigações criminais.

A CPI teve dificuldades de formação de quórum, permitindo a votação remota no dia da apreciação do relatório, que pedia o indiciamento de 16 pessoas. Eduardo Gomes criticou o relatório e questionou a atuação das CPIs no Congresso, chamando-a de “demagogia”.

Angelo Coronel, que se manifestou favorável aos jogos, disse que não leu o relatório e considerou o prazo para votação insuficiente. A relatora defendeu os indiciamentos com base em evidências sólidas.

O relatório sugeriu a proibição do “jogo do tigrinho” e um reajuste anual na taxa de outorga das casas de apostas. A CPI sofreu pressão do lobby das apostas, e reuniões tinham mais representantes das bets do que senadores.

O relator acusou senadores de extorsão e conflito de interesses, especialmente em relação a Ciro Nogueira (PP). Ele reagiu, questionando a credibilidade de Soraya, que havia pedido sua retirada da comissão.

A CPI iniciou em 12 de novembro de 2024 e foi prorrogada até 14 de junho de 2025. O jogo político entre senadores dificultou a votação do relatório. Entre os indiciados, estão as influenciadoras Deolane Bezerra e Virgínia Fonseca, suspeitas de estelionato em suas promoções de apostas.