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CPI contra Moraes e viagem a Israel: os diálogos que a PF encontrou no celular de Bolsonaro; veja

Diálogos do celular apreendido de Jair Bolsonaro revelam esforços para mobilizar apoio político e empresarial após sua saída da presidência. Conversas incluem planejamentos de CPIs e tentativas de minar projetos de lei durante o governo Lula.

BRASÍLIA – Diálogos inéditos do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro, apreendido pela Polícia Federal em maio de 2023, revelam bastidores da sua atuação política pós-presidência e seu relacionamento com empresários. A defesa de Bolsonaro não comentou o caso.

O celular foi apreendido em 3 de maio de 2023, durante uma operação que investigou fraudes em certificados de vacinas. A PF extraiu 7.268 arquivos, incluindo conversas de WhatsApp, documentos, áudios e vídeos, embora a maior parte dos diálogos seja restrita a uma semana antes da apreensão.

Em mensagens, Bolsonaro orientou o deputado federal Hélio Lopes a assinar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Lopes questionou Bolsonaro sobre a pressão para assinar a CPI, e o ex-presidente respondeu afirmativamente.

A CPI, proposta em 2022, buscava apurar abusos de autoridade do STF. Em 2023, tentativas de reviver a proposta não prosperaram.

No dia 25 de agosto, Hélio Lopes protestou em frente ao STF contra as medidas judiciais impostas a Bolsonaro, que foram posteriormente removidas por Moraes para evitar novos episódios como o 8 de Janeiro.

Bolsonaro também atuou para derrotar a proposta de lei das fake news. Em diálogo com seu filho Eduardo em 2 de maio, orientou para votação rápida, mas o projeto foi retirado de pauta.

Mensagens indicam que o ex-embaixador de Israel Yossi Shelley ofereceu patrocínio para uma viagem de Bolsonaro em 2023, mostrando sua relação próxima com o ex-presidente.

Além disso, diálogos revelam preocupações de Bolsonaro em manter o apoio do agronegócio sob a gestão de Lula. Ele uivou sobre problemas no setor e criticou a demarcação de terras indígenas.

Bolsonaro também foi orientado a ser cauteloso com notícias falsas, buscando confirmar informações antes de divulgá-las, como um vídeo relacionado ao ataque ao Palácio do Planalto.

As mensagens refletem os esforços contínuos de Bolsonaro para se manter relevante e manter sua base de apoio após a saída do cargo.

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