‘Covardia’, ‘maquiavélica’; defesas de militares negam acusações por plano de golpe
Defesas dos acusados no caso do golpe tentam desqualificar a denúncia da PGR, alegando que as reuniões eram apenas "confraternizações". Os advogados afirmam que as provas apresentadas são genéricas e carecem de um exame individualizado para cada denunciado.
Defesas dos Acusados do Núcleo Três do Plano de Golpe
No dia 20 de outubro, as defesas dos 12 denunciados do núcleo três - chamado de “núcleo de ações coercitivas” - solicitaram que a Primeira Turma do STF rejeite a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os advogados abandonaram as objeções preliminares e focaram nas provas da investigação. Uma estratégia utilizada foi a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que desqualificou a reunião de novembro de 2022 como uma “conversa de bar”.
Defensores argumentaram que os encontros eram “confraternizações” e não planejamentos de ações táticas. O advogado Ruyter de Miranda Barcelos destacou que a delação deve ser válida para acusar e defender.
- Coronel Fabrício Moreira de Bastos: Defensor alegou que ele não participou da elaboração da carta e que agiu sob ordem do centro de inteligência do Exército.
- Tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Junior: Imputações consideradas genéricas, segundo seu advogado.
- General Estevam Theóphilo: Apontado como responsável por arregimentar as Forças Especiais para prender o ministro Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal encontrou um áudio de Mauro Cid implicando o ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de um plano golpista. A defesa do coronel Hélio Ferreira Lima nega que documentos relacionados à ação sejam clandestinos.
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo foi acusado de participar de uma ação clandestina para prender Moraes. Sua defesa afirmou que ele estava em casa no dia mencionado.
Por fim, o policial federal Wladimir Matos Soares confessou em gravações que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” armada, embora seu advogado questione a validade das provas.