Cortes de Trump fortalecem atuação de rivais dos EUA na África
Cortes significativos na ajuda americana à África podem agravar a instabilidade regional e abrir espaço para a influência de rivais como China e Rússia. Especialistas alertam que mudanças na política dos EUA comprometem décadas de engajamento e parcerias estratégicas no continente.
Decisão Controverso do Governo Trump: O governo de Donald Trump decidiu desmantelar a principal agência de ajuda internacional dos EUA, ameaçando programas estratégicos na África.
Impactos: A suspensão da ajuda pode aumentar a instabilidade no continente, já afetado por golpes de Estado e conflitos. Cortes em saúde e educação estão previstos, além do fechamento de embaixadas e redução de operações militares.
Matthew Page, da Chatham House, afirma que essa mudança vai impactar os relacionamentos dos EUA na região. Em fóruns multilaterais, Washington pode perder apoio e se afastar de um mercado jovem e em crescimento.
Cancelamento de Programas: O governo anunciou cortes de 83% dos programas da Usaid, que financiam ações humanitárias, incluindo 5.000 projetos críticos de saúde, afetando diversas nações.
Alexandre dos Santos, da PUC-RJ, ressalta que essas iniciativas são fundamentais para o soft power dos EUA, alterando a percepção da presença americana na África.
Concorrência Internacional: Enquanto os EUA se afastam, Rússia e China estão aumentando sua influência. Na República Centro-Africana, assistências russas têm sido registradas, enquanto os EUA enfrentam quedas em seus investimentos.
A China aumentou seus investimentos diretos na África de US$ 75 milhões em 2003 para US$ 5 bilhões em 2021, enquanto os EUA cortaram financimentos, especialmente na África do Sul.