Corte de gastos esbarra no problema de sempre: falta de empenho e vontade do presidente Lula
Desafios econômicos marcam governo Lula, que hesita em adotar cortes de gastos. A falta de compromisso com o ajuste fiscal pode enfraquecer a confiança na economia brasileira.
A iniciativa do ajuste fiscal é responsabilidade do Poder Executivo, não do Legislativo.
A falta de vontade do governo Lula impede a implementação de cortes de gastos, refletindo no adiamento do anúncio do dia 3 de outubro.
Fernando Haddad tenta agir, mas não convence o presidente sobre a necessidade de rever as convicções sobre gastos públicos.
Um governo comprometido com cortes assume o ônus político dessa agenda, reconhecendo os ganhos a médio e longo prazos, como:
- Queda das expectativas de inflação
- Redução dos juros
- Aumento do PIB potencial
Entretanto, o pensamento econômico petista foca na popularidade do presidente e no risco de viralização de vídeos de adversários.
Defender a agenda fiscal requer comunicação clara com a sociedade, ao invés de negociações fechadas com líderes do Congresso, como o encontro do dia 8, que gera desconfiança.
A Moody’s rebaixou a perspectiva de crédito do Brasil, um recado ao governo, pois a agência havia anteriormente melhorado a projeção após reunião com Lula e Haddad.
Esse rebaixamento praticamente encerra as esperanças de recuperar o grau de investimento durante este mandato, e o Brasil pode enfrentar novos rebaixamentos devido ao implosão do arcabouço fiscal.
Embora Haddad tenha aberto uma janela de negociação com a confusão no IOF, ele enfrenta os mesmos obstáculos: pressões dos lobbies afetados e a indecisão de Lula em defender a agenda fiscal.