'Corrupto' e 'desleal': as acusações de fazendeiros dos EUA contra o Brasil feitas ao governo Trump

Produtores rurais dos EUA apresentaram queixas formais ao governo de Donald Trump sobre o Brasil, alegando práticas desleais que favorecem empresas brasileiras em setores como etanol, soja e madeira.

O USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA) abriu uma investigação com base na Seção 301, após pedido de Trump. A consulta pública está aberta até 18 de agosto, e uma audiência ocorrerá em 3 de setembro. Medidas punitivas podem ser impostas se o Brasil for considerado desleal.

Entre as queixas, destaca-se o desmatamento ilegal, que prejudica a indústria madeireira americana. O senador J. Tyler McCaughin afirmou que o Brasil manipula os padrões de sustentabilidade e que a falta de reflorestamento agrava a situação dos produtores nos EUA.

Ao longo dos últimos 20 anos, a indústria de madeira no estado do Mississippi vem sofrendo um forte declínio devido à concorrência desleal com produtos brasileiros.

Organizações do Kansas também acusam o Brasil de obter vantagens injustas na produção de grãos e biocombustíveis por conta da fraca aplicação das leis ambientais. Segundo um estudo, as perdas para fazendeiros americanos podem ser de até US$ 270 bilhões devido ao desmatamento no Brasil.

As críticas também incluem tarifas desfavoráveis durante a exportação de produtos americanos, como soja e milho, para o Brasil. Recomendações ao USTR incluem barrar produtos de áreas desmatadas ilegalmente e assegurar paridade de taxas.

A Seção 301 da Lei do Comércio dos EUA, promulgada em 1974, permite que o governo tome medidas contra países que violam regras comerciais.

Conclusão: A investigação deve aprofundar o debate sobre práticas comerciais e ambientais entre os EUA e o Brasil, com potencial impacto comercial significativo.