Coronel nega tentativa de golpe: “Reunião foi confraternização”
Coronel do Exército nega envolvimento em reuniões para golpe e classifica encontros como confraternizações informais. Ele se defende de acusações da PGR ao afirmar que mensagens enviadas foram motivadas por frustração e não por intenção de conturbar a ordem.
Coronel do Exército Márcio Nunes de Resende Júnior negou, em depoimento ao STF, participação em reuniões para pressionar o Alto Comando do Exército a aderir a um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Apontado pela PGR como parte do núcleo 3 do caso, Resende afirmou que as reuniões eram confraternizações informais, não políticas. Ele se referiu a um encontro específico em 28 de novembro de 2022, que ocorreu em um prédio na Asa Norte e não teve convite formal. Segundo o coronel, o evento foi no estilo “cada um leva uma coisa”.
Ele mencionou que permaneceu até o final para ajudar na limpeza do local.
Resende comentou sobre sua participação em um grupo de WhatsApp chamado “Dos”, que era para troca de informações e convites sociais. Ele negou que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, fosse o “dono” do grupo.
Em mensagens enviadas em dezembro de 2022, Resende disse que, se Bolsonaro acionasse o artigo 142 da Constituição, “não haverá general que segure as tropas”. Ele se refere à frustração pelas manifestações em frente aos quartéis.
Resende ainda afirmou que não conhecia o general Valério Stumpf Trindade e negou envolvimento com uma carta redigida por militares que supostamente pressionava o Alto Comando.
O encontro de 28 de novembro é entendido pela PGR como parte de uma estratégia de golpe, organizado pelo coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, visando influenciar os chefes do Exército. Os integrantes do núcleo 3 são acusados de monitorar e neutralizar autoridades públicas e promover ações para persuadir a cúpula militar.
Acompanhe a transmissão ao vivo do interrogatório: