Coreia do Sul elege novo presidente após lei marcial e impeachment
A nova eleição presidencial na Coreia do Sul sucede o impeachment de Yoon Suk-yeol, marcado por tensões políticas e sociais. O pleito deve influenciar o futuro do país, com Jae-myung como favorito nas pesquisas.
Coreia do Suleleições presidenciais em 3 de junho de 2025, para escolher sucessor de Yoon Suk-yeol, destituído em abril.
Com 44 milhões de eleitores aptos, o novo presidente terá um mandato de 5 anos, sem reeleição. O voto não é obrigatório.
A convocação ocorreu após o impeachment confirmado pelo Tribunal Constitucional em 4 de abril. Yoon foi eleito em 2022, mas seu mandato foi interrompido após declarar lei marcial em dezembro, alegando ameaças de "forças antiestatais".
A legislação exige novas eleições em até 60 dias. O sistema sul-coreano é presidencialista, com chapa única. Na ausência do presidente, o primeiro-ministro assume interinamente.
Desde a saída de Yoon, passaram pelo cargo três presidentes interinos, atualmente Lee Ju-ho.
As seções eleitorais estarão abertas das 6h às 20h (horário local). Eleitores no exterior votaram entre 20 e 25 de maio.
Esta é a primeira eleição em 18 anos sem candidatas mulheres. A lista de concorrentes inclui:
- Jae-myung: favorito e com histórico de disputa acirrada em 2022.
- Kim Moon-soo: em 2º lugar nas pesquisas.
- Lee Jun-seok: seguindo Jae-myung e Kim.
Fernanda Medeiros, professora de Relações Internacionais, comenta que uma possível vitória de Jae-myung não deve trazer mudanças radicais, mas sim ajustes nas relações com Estados Unidos e Coreia do Norte.
Yoon foi afastado após protestos contra a lei marcial, a qual suspendeu atividades políticas e teve forte apoio popular para revogação. O impeachment foi aprovado por 204 dos 300 parlamentares e confirmado pelo Tribunal em abril de 2025.
Medeiros argumenta que o episódio revela fragilidades na democracia sul-coreana, mas não um colapso total. Ela sugere que a destituição de Yoon pode influenciar o pleito, com a oposição possivelmente vencendo as eleições, como ocorreu após o impeachment de Park Geun-hye em 2017.