Copom deve manter a Selic em 15%, em meio às incertezas sobre o tarifaço de Donald Trump
Expectativa é de que o Copom mantenha a Selic em 15% ao ano, enquanto analistas ponderam sobre os impactos das tarifas americanas e a desaceleração econômica. O comunicado do BC deve ser cauteloso, sem compromissos claros sobre futuros cortes na taxa.
Reunião do Copom para decisões sobre a Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia, nesta terça-feira (29), reunião para definir a nova taxa Selic, que será anunciada na quarta-feira (30).
A expectativa do mercado é de que a taxa seja mantida em 15% ao ano.
Dúvidas persistem sobre quando o Banco Central (BC) começará a reduzir a taxa, especialmente após a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
A turbulência internacional aumenta a incerteza em um cenário macroeconômico já conturbado. O Copom deve adotar um discurso neutro no comunicado da decisão.
Desde a última reunião, as medianas do relatório Focus transitaram para baixos índices: IPCA de 2025 (5,25% para 5,09%) e 2026 (4,50% para 4,44%), ainda acima da meta de 3% do BC.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) caiu 0,74% em maio, mostrando arrefecimento econômico. Economistas acreditam que tarifas americanas poderiam causar diminuição do PIB e reduzir a inflação.
Desafios incluem expectativas de inflação ainda elevadas e uma taxa de desemprego muito baixa. Retaliações aos EUA podem comprometer efeitos positivos das tarifas.
Das 44 instituições consultadas, 36 projetam a Selic estável até o final do ano. Análises indicam que mudanças podem ocorrer apenas em 2026.
- Roberto Secemski (Barclays): Selic em 15% até março de 2024.
- Rafael Cardoso (Banco Daycoval): Selic sem mudanças até o primeiro trimestre de 2026.
- Nicolas Borsoi (Nova Futura Investimentos): possibilidade de cortes de juros ainda em 2023.
O Copom deve manter um tom cauteloso na comunicação, evitando sinais de ações futuras.