Copom afasta ideia de Selic menor no curto prazo

Copom mantém Selic em 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu não sinalizar cortes para a taxa Selic no curto prazo. O comunicado adotou um tom mais duro, sem elementos que sugerissem uma abordagem "dovish".

A expectativa era de manutenção da Selic em 15% em julho, e o foco estava na política tarifária dos EUA. O balanço de riscos para a inflação não apresentou alterações significativas, com três fatores classificados para alta e três para baixa.

O presidente Donald Trump confirmou uma tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 6 de agosto, excluindo 694 itens. Essa questão foi mencionada pelo Copom, que descreveu o cenário externo como "adverso e incerto".

Gabriel Barros, da Arx Investimentos, destacou que a falta de mudanças no balanço de riscos visa evitar volatilidade no mercado financeiro. O Copom reafirmou a necessidade de manter a Selic em níveis contracionistas por um período prolongado.

Fernando Gonçalves, do Itaú Unibanco, ressaltou que o comunicado enfatiza uma moderação no crescimento econômico, sinalizando que não há necessidade de mudar a taxa de juros no momento. Outros economistas concordam, afirmando que o foco é desencorajar cortes prematuros nas taxas de juros.

A economista do PicPay, Ariane Benedito, observou que a pausa nos juros não deve ser vista como alívio, mas como parte de uma estratégia rigorosa de controle inflacionário. Flávio Serrano, do Banco Bmg, considerou que uma ação de alta em novembro ainda é possível.

O comunicado também não abordou a queda nas expectativas de inflação. As projeções para o IPCA permanecem inalteradas até 2027, com previsão de 4,9% para o final de 2025.

A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2027 é de 3,4%.