Consumidor de menor renda quer comprar mais, mas não se vê na propaganda
Pesquisa revela que consumidores de baixa renda no Brasil estão cada vez mais conectados e engajados em questões sociais, mas se sentem invisíveis em campanhas publicitárias. Embora 59% dessa população pretenda aumentar seus gastos em 2025, a falta de representatividade nas marcas é um desafio a ser enfrentado.
Consumidores brasileiros de menor renda estão cada vez mais conectados, engajados e com intenção de aumentar gastos em 2025. Apesar disso, sentem-se invisíveis em campanhas publicitárias.
Dados do estudo “Brasil Invisível”, do Data-Makers, mostram que:
- 59% das classes D e E pretendem consumir mais, acima da média de 57% da população.
- 60% se sentem não representados na publicidade, índice maior que nas classes A/B (50%) e C (54%).
O estudo foi baseado em 2.465 entrevistas online entre abril e maio de 2025, com foco nas classes D e E.
A pesquisa revelou que:
- 49% dos consumidores usam o celular como principal canal de compras.
- 91% acessam a internet diariamente e 65% assistem à televisão aberta diariamente.
- As plataformas mais utilizadas são: Instagram (77%), Facebook (71%) e Youtube (68%).
Fabrício Fudissaku, do Data-Makers, destaca a facilidade transacional que o celular proporciona.
Além disso, consumidores de menor renda demonstram preocupação com temas como:
- Meio ambiente: 79% se preocupam.
- Causas sociais: 82% se envolvem.
- Produtos sem açúcar: 73% valorizam.
- Direitos dos idosos: 88% apoiam.
Jan Góes, do Insper, enfatiza que esses consumidores não escolhem só pelo preço, mas também por valores.
Nina Rentel, da Gerando Falcões, ressalta a necessidade de entender realmente o dia a dia desses consumidores para um marketing eficaz.
O estudo mostrou que quase 50% dos domicílios no Brasil pertencem às classes D e E, com renda familiar de até dois salários mínimos.