“Consulto o risco todo dia”: tensão nos juros muda rotina em Wall Street
Bancos globais adotam postura cautelosa em resposta à volatilidade dos mercados desencadeada pelas tarifas de Trump. Testes de estresse e consultas diárias com equipes de risco se tornam rotinas na busca por evitar novas perdas significativas.
Turbulência nos mercados após tarifas do "Dia da Libertação" de Donald Trump ainda se faz sentir, com grandes bancos intensificando precauções.
Operadores do Bank of America, NatWest Markets e ABN Amro estão:
- Enviando consultas diárias aos times de risco;
- Realizando testes de estresse nos portfólios;
- Reduzindo posições em swaps.
A abordagem conservadora visa minimizar perdas, mas pode impactar lucros, apesar da estabilidade recente nos mercados.
Novos riscos estão à vista:
- Aumento do teto da dívida federal dos EUA;
- Isenção de tarifas de Trump expira em 9 de julho;
- Preocupações com projeto de lei fiscal do presidente.
Diederik Visser, do ABN Amro, destaca: “Estamos prestes a embarcar em uma montanha-russa.”
A demanda global por dívida de longo prazo cai, mas sinais de recuperação surgem com dados econômicos fracos nos EUA.
Kal El-Wahab, do Bank of America, reduz apostas arriscadas e aumenta contato com o departamento de risco.
Metodologias como análise de cenários e Valor em Risco (VaR) são utilizadas, mas prever a volatilidade atual é desafiador.
O choque de abril, caracterizado pela maior volatilidade em dois anos, afetou até mesmo os Treasuries, tradicional porto seguro.
Jared Noering, do NatWest, realiza testes de estresse em portfólios diante do cenário incerto. “O começo de abril foi um verdadeiro prenúncio do que pode ser um ambiente de mercado muito difícil,” afirma.