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Construtoras preveem alta de até 0,7 ponto na taxa do crédito imobiliário com IR sobre LCIs

Entidades do setor imobiliário alertam que a taxação das LCIs pode elevar as taxas de crédito habitacional e restringir o acesso à moradia. A mudança impactaria negativamente as parcelas e reduziria o número de famílias aptas a adquirir imóveis.

Associações de construtoras — Abrainc, Aelo, CBIC, Secovi-SP e Sinduscon-SP — emitiram nota técnica contra a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) proposta pelo governo federal.

As associações argumentam que um imposto de 5% sobre os rendimentos das LCIs pode elevar as taxas do crédito imobiliário em até 0,7 ponto porcentual, encarecendo as parcelas para novos compradores.

A equipe de analistas do Santander concorda, prevendo alta similar na taxa do crédito habitacional a partir do próximo ano. Isso gera preocupação, especialmente com a entrega de imóveis que ocorrerá em breve.

Renato Correia, presidente da CBIC, e Luiz França, da Abrainc, apresentaram essas preocupações a deputados federais, afirmando que a medida pode tornar o financiamento habitacional mais caro e restrito, o que é prejudicial para o Brasil.

Uma simulação mostra que a parcela para financiar um imóvel de R$ 500 mil saltou de R$ 3,5 mil em 2021 para R$ 5 mil em 2025, resultando na exclusão de cerca de 800 mil famílias do mercado imobiliário.

Entre 2021 e 2025, a taxa de juros do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) aumentou de 7,5% para 12,5% ao ano, impulsionada pela alta da Selic.

As LCIs tornaram-se a terceira maior fonte de financiamento para o setor, respondendo por 17% do funding, atrás do FGTS (27%) e da caderneta de poupança (32%). Esse percentual cresceu em relação a 2022, quando era de 12%.

A poupança, com saques elevados, sofreu queda nos recursos, enquanto as emissões de LCIs cresceram 200% de 2021 a 2025, aumentando de R$ 141 bilhões para R$ 427 bilhões.

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