Consignado privado pode adicionar mais 0,6 pontos percentuais ao PIB de 2025, diz Itaú
Itaú Unibanco prevê que novo empréstimo consignado privado impulsionará crescimento do PIB em 2025, mas alerta sobre riscos de juros elevados. Economistas destacam a importância da revisão de gastos e da tributação de apostas esportivas como fontes de receita alternativas.
Itaú Unibanco projeta que a nova modalidade de empréstimo consignado privado pode adicionar 0,6 ponto percentual ao PIB em 2025. Essa estimativa se baseia no impacto observado após a criação do consignado em 2004.
Julia Guedes, economista do banco, destaca que a nova modalidade ampliou o acesso, podendo contemplar 40 milhões de trabalhadores formais. A competição aumentada deve resultar em queda nas taxas de juros e maior prazo médio para os empréstimos.
As projeções do Itaú indicam crescimento de 1,5% no PIB em 2024 e de 2,2% em 2025. A inflação (IPCA) está prevista em 5,5% este ano e 4,4% no próximo. A Selic deve se manter em 12,75% até dezembro de 2025.
Risco de postergar queda de juros: Mário Mesquita, economista-chefe, afirma que as expectativas de inflação desancoradas podem levar o Banco Central a manter a Selic elevada por mais tempo. Os juros devem começar a cair apenas em 2025, com possibilidade de adiamento para o segundo trimestre.
Quanto ao reajuste do IOF, o Itaú estima arrecadação de R$ 21 bilhões, inferior à projeção do governo de R$ 37 bilhões, devido à migração dos contribuintes para produtos não tributados.
Medidas relevantes propostas incluem a taxação de apostas esportivas, equiparando-as a cigarros e bebidas, como uma possível fonte de receita. Mesquita afirma que muitas pessoas apostam e essa tributação poderia ser uma melhor opção.
Pedro Schneider defende a correção de distorções tributárias e a revisão de gastos públicos, considerando que os gastos do governo ainda precisam ser avaliados, apesar do baixo nível de desemprego.