Conselho da ENBPar cancela reunião que referendaria indicado de Silveira como presidente da estatal
Conselheiros da ENBPar se opõem à indicação política do ministro de Minas e Energia. A reunião foi adiada após a recusa de nome com mais experiência e a pressão do MME pela escolha de Miguel da Silva Marques.
Reunião do conselho da ENBPar é cancelada
A reunião do conselho de administração da ENBPar foi cancelada nesta sexta-feira (6), após diversos vaivéns ao longo do dia. A estatal, responsável por Itaipu e usinas nucleares de Angra, enfrenta interferência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Silveira tenta indicar um nome ligado ao seu clã político para a presidência, apesar da escolha da maioria dos conselheiros ser por Armando Casado, atual diretor de Finanças. A maior parte dos membros é indicada por diferentes ministérios, revelando a tentativa do ministro de contornar seus colegas de governo.
Na última semana, o presidente da ENBPar, Silas Rondeau, deixou o cargo para assumir posição na Eletrobras, sendo substituído por Miguel da Silva Marques, indicado pelo MME. No entanto, o conselho optou por Casado, alegando que Marques não possui conhecimento suficiente do setor.
Após a votação, Casado declinou do convite devido a questões pessoais, desencadeando pressões do MME. O presidente do conselho, Thiago Barral, nomeou Marques interinamente a pedido de Silveira, embora ainda precise de nova votação do colegiado.
A segunda reunião foi cancelada novamente devido à resistência dos conselheiros. Barral, que deve deixar o MME para atuar na COP30, ainda não teve sua saída confirmada.
Marques assumiu a direção da ENBPar em 2023 e é concunhado do deputado federal Diego Andrade, também do PSD. Seu histórico inclui a presidência da Funasa e a superintendência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte.
Além disso, Marques está próximo de Leandro Xingó Tenório de Oliveira, outro indicado de Silveira, que também não tem experiência no setor de energia. A nomeação de Xingozinho foi questionada pela CGU, que, em seguida, reconheceu sua aptidão para a função.