Congresso quer aprovar projeto que autoriza uso de emendas para pagar salários
Projeto de resolução do Congresso visa mudar uso de emendas para saúde, permitindo pagamento de salários de profissionais da área. Aprovação pode intensificar tensão entre os Poderes e desafiar decisões do TCU.
Parlamento discute projeto que contraria o TCU
Na sessão conjunta do dia 17, o Parlamento brasileiro analisará um projeto de resolução que permite o uso de emendas de comissão e de bancada para pagamento de salários de profissionais da saúde, algo proibido pelo TCU.
O projeto altera a utilização de recursos alocados para a saúde, permitindo o pagamento de despesas com pessoal ativo diretamente ligado à prestação de serviços. Atualmente, esses recursos só podem ser usados para ações e serviços de saúde.
A Constituição já proíbe o uso de emendas individuais para salários. Entretanto, uma decisão do TCU em 2024 esclareceu que emendas de comissão e de bancada também não podem ser usadas para despesas com pessoal, devido à sua natureza temporária.
Consultores acreditam que a resolução do Congresso, se aprovada, poderá ser inócua, pois não tem poder para regulamentar pagamentos do Executivo. Em abril, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, editou uma portaria que reforçou essa proibição, mas revogou-a rapidamente após pressão de parlamentares.
A proposta surge em um contexto de tensões entre os parlamentares e o ministro Flávio Dino, do STF, que questionou sobre "emendas paralelas" e "orçamento secreto da Saúde".
Além disso, o projeto introduz critérios para entidades privadas que podem receber emendas e limita a solicitação de alterações de emendas apenas aos proponentes.