Congresso dos EUA pressiona reitores sobre protestos pró-Palestina em audiência tensa
Reitores de universidades dos EUA são interrogados sobre antissemitismo após protestos. A audiência gerou tensão entre parlamentares que buscam responsabilizar instituições e defensores da liberdade de expressão.
Reitores de universidades dos EUA prestam depoimento ao Congresso
Nesta terça-feira (16), reitores de três universidades dos Estados Unidos foram convocados pelo Congresso para responder a perguntas sobre acusações de antissemitismo nas instituições de ensino.
Os parlamentares republicanos, durante uma audiência de três horas, questionaram o presidente interino da Universidade de Georgetown, Robert Groves, e os reitores da City University of New York (Félix Matos Rodrígues) e da Universidade da Califórnia (Rich Lyons).
O Comitê de Educação e Trabalho supervisiona o uso de bilhões em financiamento federal para educação, podendo ameaçar corte de verbas a instituições que não cumprirem as normas.
A nova audiência seguiu-se a questionamentos enfrentados por reitoras da Ivy League, resultando em renúncias e cortes de financiamento federal.
Durante o depoimento, os reitores afirmaram que discursos que incitem violência contra judeus são inaceitáveis, mas defenderam a liberdade de expressão.
Rich Lyons afirmou que nem todas as posições pró-Palestina são antissemitas, considerando um de seus professores, Ussama Makdisi, como "um excelente acadêmico", apesar de sua postagem controversa sobre um ataque.
A audiência foi interrompida por protestos, onde manifestantes gritavam "Palestina livre". O deputado Randy Fine responsabilizou os reitores pela situação.
O presidente do comitê, Tim Walberg, destacou a missão de proteger estudantes judeus, enquanto democratas criticaram o uso político do antissemitismo.
A reitora de Harvard, Claudine Gay, renunciou após ser questionada sobre se pedir o genocídio de judeus violaria as regras da universidade.
Em março, o governo dos EUA retirou US$ 400 milhões da Universidade Columbia por omissão frente ao antissemitismo durante protestos.
A Universidade Columbia se destacou em 2024 como um importante local de protestos estudantis contra a guerra no Oriente Médio.