Congresso ataca medidas de Haddad, mas Lula insiste e envia MP que aumenta impostos
Críticas ao pacote de alta de impostos atingem aliados do governo, com forte resistência no Congresso. Prevista para ser debatida nos próximos quatro meses, a proposta enfrenta desafios para obter apoio parlamentar e evitar rejeição.
Pacote de alta de impostos proposto pelo ministro Fernando Haddad enfrenta críticas no Congresso antes de ser editado. Publicado no Diário Oficial na noite de quarta-feira (11), a proposta encontra resistência de parlamentares e do setor empresarial.
A tensão aumentou após o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmar que o pacote geraria "reação muito ruim" no Congresso. Motta também destacou que as medidas não servem a projetos políticos.
O governo busca apoio e liberará emendas parlamentares até a votação, enquanto tenta negociar com os parlamentares.
Os partidos PP e União Brasil fecharam questão contra o aumento de impostos, exigindo cortes de gastos. Juntos, possuem 109 deputados e 14 senadores, e suas declarações podem influenciar outros partidos da base.
Segundo Antonio Rueda, presidente do União Brasil: "Taxar, taxar, taxar, não pode e não será nunca a saída".
Além do PP e União Brasil, PL e Novos também se opõem ao pacote, representando mais de um terço do Congresso, dificultando a aprovação da proposta.
Os pontos com maior resistência incluem o aumento de tributos sobre fintechs e investimentos que atualmente são isentos, como LCA e LCI, que passariam a ter tributação de 5%.
Partidos de esquerda pretendem mobilizar a opinião pública, destacando que os benefícios fiscais desequilibram os setores envolvidos.
Entre as iniciativas discutidas para corte de gastos estão a reforma do sistema de previdência dos militares e o congelamento de repasses para o Fundeb.
A estratégia do governo é usar os quatro meses de tramitação da MP para melhorar o diálogo com o Congresso. O governo avalia que há chance de aprovar, ao menos, parte das medidas propostas.
Interlocutores de Haddad acreditam que as críticas do Parlamento são desproporcionais e que, no final, todos os partidos se reunir-se-ão para negociar.
A ministra Gleisi Hoffmann tentou suavizar a situação, afirmando que a liberação das emendas começará ainda nesta semana.
O clima no Congresso permanece tenso, com parlamentares exigindo aceleração na divulgação da MP.