Conflito Israel X Irã não deve se intensificar, diz especialista
Especialista aponta que a preocupação com o preço do petróleo e a proliferação nuclear do Irã são fatores que limitam a escalada do conflito. Para ele, o embate entre Israel e Irã pode se prolongar, mas não deve resultar em uma guerra total.
Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM, afirmou que é improvável a intensificação do conflito entre Israel e Irã, após Israel atacar instalações militares iranianas.
No ataque em 12 de junho, Israel utilizou mísseis e drones. O Irã respondeu com ações similares a partir de 13 de junho.
Rudzit destacou a preocupação do governo Trump em evitar a alta do preço do petróleo, que poderia afetar a inflação e o crescimento global. Ele enfatizou que Israel não atacou instalações de petróleo, o que pode ter sido um pedido do presidente dos EUA.
Após o ataque, o preço do barril de petróleo subiu 12%, alcançando US$ 78, mas caiu para US$ 74 no final do dia 13.
O objetivo de Israel é impedir o desenvolvimento de bombas nucleares pelo Irã. A IAEA informou que o Irã violou obrigações nucleares, possuindo 408 kg de urânio que podem ser usados para até 12 bombas em 3 a 6 semanas.
Rudzit alertou que, mesmo sem escalada, o conflito pode se prolongar, dado que as instalações nucleares iranianas são subterrâneas e de difícil acesso. Israel não possui armas para destruí-las rapidamente e precisará realizar múltiplos ataques.
Rússia e China também têm interesse em limitar a capacidade nuclear do Irã, conforme Rudzit, que criticou a resposta do governo brasileiro, que chamou o ataque de Israel de "clara violação" da soberania iraniana.
Ele questionou a ausência de menções às violação do Irã e destacou a diferença de tratamento em relação à Guerra da Ucrânia.
Por fim, Rudzit alertou que a alta do petróleo dificultará uma redução nos preços de combustíveis pela Petrobras.