Comunicado final do Brics cita avanços na discussão sobre pagamentos transfronteiriços
Brics avança em pagamentos transfronteiriços e revisão de Acordo de Reservas Contingentes. Discussões buscam aumentar uso de moedas locais e reduzir dependência do dólar nas transações comerciais.
Brics Avança em Pagamentos Transfronteiriços
Na 17ª Cúpula de Líderes de Estado do Brics, publicada no domingo (6), os países do bloco destacaram avanços nas discussões sobre pagamentos transfronteiriços. O objetivo é incentivar o uso de moedas locais, reduzindo os custos de transação que atualmente utilizam majoritariamente o dólar.
Conforme o comunicado, a trilha financeira do Brics lidera essa discussão. Os ministros de Finanças e governadores de Bancos Centrais foram encarregados de prosseguir com a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços, visando maior interoperabilidade entre os sistemas de pagamento do bloco.
O relatório técnico do Banco Central brasileiro sobre o “Sistema de Pagamentos Transfronteiriços do Brics” contribuiu para esses avanços, promovendo pagamentos rápidos, de baixo custo, acessíveis e seguros. Não há menção à criação de uma moeda única, e o foco está na utilização das moedas locais.
Outro ponto de consenso durante a Cúpula foi a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC), criado em 2014, para apoio financeiro em caso de dificuldades na balança de pagamentos. A revisão incluirá moedas de pagamento elegíveis e a melhora do gerenciamento de risco.
Novos membros do Brics demonstraram interesse em integrar o ARC, com uma reunião agendada para o segundo semestre de 2025.
Adicionalmente, foram discutidos esforços para fortalecer a capacidade de resseguro e o desenvolvimento da Nova Plataforma de Investimentos (NIP), que continuará sendo deliberada ao longo do segundo semestre.
Atualmente, o Brics é composto por onze países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.