Competição de fintechs reduz juros e margens dos bancos

Pesquisa do FMI revela que a competição das fintechs no Brasil reduziu juros e margens em empréstimos.

Segundo a análise, um aumento da exposição dos bancos a fintechs diminui os juros em 2,9 pontos percentuais (pp) e a margem líquida dos bancos em 1,3pp.

Em 2024, 25% do mercado de cartões de crédito e mais de 10% dos empréstimos pessoais não consignados no Brasil são originados de fintechs.

O relatório do FMI sugere que a redução das margens reflete uma melhora na eficiência da intermediação financeira, embora tenha impactado a lucratividade dos bancos.

Ricardo Barboza, do Nubank, destaca que a maior competição traz preços mais baixos, qualidade, inovação e é socialmente desejável. Ele aponta uma “onda de aumento de competição” no mercado de crédito.

O Brasil possui um markup superior às cinco maiores economias da América Latina, conforme análise do FMI, que recomenda maior competição em outros setores.

A pesquisa indica que a presença de fintechs é mais forte em países com alta exclusão financeira. O Brasil é líder na América Latina, com 24% das fintechs da região.

O Nubank ofereceu o primeiro cartão de crédito a 21 milhões de pessoas em cinco anos. Uma pesquisa do Mastercard aponta que 58% dos brasileiros acessaram serviços bancários por meio de fintechs.

A concentração das cinco maiores instituições financeiras caiu de 80%% para menos de 60%% nos mercados com maior penetração de fintechs.

Atualmente, existem cerca de 330 fintechs no Brasil, facilitando o acesso a empréstimos e serviços financeiros. Barboza destaca importantes benefícios dessas instituições:

• Redução de juros
• Aumento da inovação
• Expansão do acesso financeiro
• Aumento da bancarização de pequenas empresas
• Redução da exclusão financeira de grupos vulneráveis
• Melhoria na efetividade das políticas públicas

Fernando Dantas publica colunas no Broadcast às terças, quartas e sextas-feiras.