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Como Wall Street entendeu errado Donald Trump

Após o discurso otimista de Trump, Wall Street enfrenta insegurança com novas tarifas e recessão iminente. Empresários que aplaudiram a agenda econômica se veem agora em modo de controle de danos diante da turbulência nos mercados financeiros.

Em fevereiro, titãs de Wall Street se reuniram em Miami Beach para ouvir o primeiro discurso de Donald Trump ao mundo dos negócios. Investidores como Robert Smith e Nir Bar Dea aplaudiram o presidente, que destacou as oportunidades de crescimento nos EUA sob sua liderança.

No entanto, após duas semanas, a situação se deteriorou. A guerra comercial iniciada por Trump em 2 de abril provocou instabilidade nos mercados financeiros, gerando temores de inflação e recessão. Aquisições corporativas caíram drasticamente e empresas como Delta e Walmart cancelaram previsões de lucro.

Executivos de Wall Street começaram a duvidar da determinação de Trump em reformular a política econômica dos EUA, com algumas multidões de investidores surpresas pela imensa recusa do presidente em acomodar a elite financeira. Mesmo assim, muitos inicialmente viam as tarifas como preço a pagar por outros benefícios, como grandes cortes de impostos.

O impacto das tarifas se tornou crítico. O S&P 500 perdeu mais de US$ 5 trilhões em valor em apenas dois dias. A nova administração mostrou indiferença em relação ao setor financeiro. Billy Ackman e outros gestores de fundo expressaram frustração sobre a política comercial, enquanto Trump parecia ignorá-los.

O clima azedou com o motim no Capitólio em janeiro de 2021. A elite financeira começou a se distanciar de Trump, que aludiu a uma "nova geração de líderes." Porém, à medida que as eleições de 2024 se aproximavam, o apoio ressurgiu, especialmente após um clima otimista com a agenda econômica de Trump.

Em um contexto de mercados em queda livre, Trump decidiu pausar suas tarifas após pressão significativa, principalmente quando o chefe do JPMorgan, Jamie Dimon, fez uma aparição na mídia advogando pela mudança. Muitos no setor financeiro perceberam que a agenda de Trump continha elementos populistas e um foco em seus eleitores, não em Wall Street.

Mesmo ao avançar com a reforma comercial, Trump enfrenta grandes desafios no setor financeiro, que é altamente alavancado. Para muitos, a renalização da economia americana parece instável, uma vez que a inflação aumenta e as taxas de inadimplência se elevam.

O futuro segue incerto, com Wall Street ciente de que as decisões da administração podem ser imprevisíveis. A confiança na capacidade de prever ações de Trump diminuiu, criando um ambiente de grande volatilidade.

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