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Como Vorcaro, do Banco Master, criou conexões que vão de ministros de Lula a aliados de Bolsonaro

Daniel Vorcaro, empresário do Banco Master, implementa suas estratégias de conexão política em negociações com o BRB, gerando questionamentos sobre a operação. A relação entre o banqueiro e figuras de diversos espectros políticos levanta suspeitas em meio à corrida eleitoral de 2026.

Empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, elaborou uma cartilha com sete princípios para seus negócios, incluindo a importância de se arriscar e escolher bem as conexões.

A rede de contatos de Vorcaro abrange tanto petistas quanto bolsonaristas, e suas relações levaram o Banco de Brasília (BRB) a considerar a compra de uma participação no Banco Master. Esta negociação aguarda aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O senador Ciro Nogueira, próximo a Vorcaro e ex-ministro do governo Bolsonaro, foi consultado antes do governador Ibaneis Rocha dar aval à compra. A transação está sendo vista como parte da estratégia política de Ibaneis para as eleições de 2026.

A indicação de Nogueira para a presidência do Cade, que considera a operação uma “operação simples”, levanta questionamentos sobre a transparência do negócio. O BRB afirma que a decisão foi técnica, sem interferências políticas.

Vorcaro, que patrocina eventos políticos, defendeu uma colaboração entre esquerda e direita em suas palestras e se reuniu com diversos políticos influentes, buscando expandir seu banco e reforçar sua presença no mercado financeiro.

As ligações com aliados do governo Lula incluem consultas a ministros e ex-ministros, expandindo sua rede no setor público. O banco criou um comitê consultivo com figuras-chave do Judiciário e da política.

A relação próxima de Vorcaro com políticas públicas e a política de crédito consignado ajudou no crescimento do Banco Master desde sua fundação. Enquanto Vorcaro navega por círculos políticos, seu estilo de vida extravagante foi notado por muitos.

O pedido de fiscalização da negociação recente pelo Tribunal de Contas da União e outros órgãos reflete preocupações com a natureza pública do BRB realizando transações com bancos privados.

A operação é vista como um possível escândalo político, com a senadora Damares Alves expressando surpresa e convocando uma análise rigorosa da transação.

O BRB reafirmou que a decisão está respaldada tecnicamente e não necessita da aprovação da Câmara Legislativa, contrastando com a opinião de técnicos do órgão legislativo.

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