Como universidades dos EUA se tornaram tão dependentes do governo
O relacionamento entre universidades e o governo dos EUA está sob ameaça, com cortes no financiamento em meio a acusações de falta de compromisso com a educação cidadã. A crescente dependência das instituições acadêmicas em relação ao dinheiro federal coloca em risco sua capacidade de inovação e pesquisa.
Universidades americanas e o governo federal construíram uma parceria de mais de oito décadas focada em pesquisa e inovação.
Os EUA buscavam inovações, como bombas poderosas, tratamentos para doenças e exploração espacial, concedendo bilhões a universidades.
Contudo, esta colaboração enfrenta um desmantelamento sob o governo de Donald Trump, que propõe cortes de financiamento para conter o ativismo progressista nas instituições acadêmicas.
No ano fiscal de 2023, universidades gastaram US$ 60 bilhões em pesquisa financiada pelo governo, um valor muito superior aos anos 1950.
A dependência do governo começou na Segunda Guerra Mundial, culminando no Projeto Manhattan, que impulsionou o financiamento em grande escala.
Nas décadas seguintes, o financiamento público cresceu, permitindo avanços significativos, como a bomba de hidrogênio e a corrida espacial após o lançamento do Sputnik em 1957.
Durante os anos 1960, a percepção negativa da academia cresceu, especialmente após os protestos da Guerra do Vietnã.
Embora o financiamento tenha estagnado sob governos republicanos, uma reforma nos anos 1980 liberou patentes universitárias, iniciando a era da "Big Science".
Atualmente, muitas universidades, incluindo reputadas da Ivy League, estão sob investigação do governo Trump por alegações de antissemitismo.
Entre as instituições sob análise, as que mais receberam investimentos federais gastaram juntas US$ 9,3 bilhões em pesquisa em 2023.
A Universidade de Washington, a Universidade da Califórnia em San Diego e a Universidade de Michigan também fazem parte dessa lista, todas com investimentos acima de US$ 1 bilhão.