Como Trump levou mercado de remoção de carbono do céu à indefinição
Mudanças políticas e desafios tecnológicos abalam o mercado de remoção de carbono, que fazia promessas de crescimento substancial. Startups enfrentam demissões, enquanto a viabilidade de projetos se torna incerta diante de cortes de subsídios e novas regulamentações.
Perspectivas do mercado de remoção de carbono mudaram drasticamente nos últimos seis meses.
Antes, investidores como Bill Gates apoiavam startups focadas em captura de carbono. Empresas como Google, Airbus e Amazon compravam créditos e esperava-se que o mercado chegasse a US$ 1,2 trilhão até 2050.
Recentemente, com a nova administração de Donald Trump, a situação se inverteu. O Departamento de Energia cancelou 24 subsídios totalizando US$ 3,7 bilhões, afetando projetos de captura de carbono.
A Climeworks cortou 22% de sua equipe, antecipando crescimento lento. Outras startups de captura também anunciaram demissões. Jan Wurzbacher, co-CEO da Climeworks, ressaltou que a nova administração altera as expectativas.
Além das mudanças políticas, surgem dúvidas sobre a viabilidade das tecnologias de captura. A usina na Islândia da Climeworks não atingiu suas metas de remoção de CO2 nos primeiros 10 meses.
Apesar disso, dois projetos de captura direta de ar foram aprovados pela administração Joe Biden e não foram cancelados. O Projeto Cypress ainda avança, embora com atrasos.
Os créditos fiscais para captura de carbono permanecem intactos nas negociações atuais. A Occidental Petroleum também recebeu aprovação para um novo projeto de captura no Texas.
Desafios permanecem à frente: defensores e críticos divergem sobre a eficácia da captura de carbono, especialmente quanto ao uso desse CO2 para extrair mais combustíveis fósseis.
A dinâmica do mercado depende de empresas que compram créditos voluntariamente, e apesar de ainda haver acordos, as falências são esperadas. O grupo Carbon Capture Coalition criticou o cancelamento dos subsídios como um retrocesso.
A Climeworks agora foca em eficiência e redução de custos, buscando mais estabilidade em vez de rápida expansão. Wurzbacher concluiu: "Precisamos de um pouco de solidez".