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Como será prisão de segurança máxima que a França quer construir na Amazônia

A construção de uma nova prisão na Guiana Francesa gera polêmica e reações adversas da população, que vê o projeto como um retorno a práticas coloniais. Políticos locais criticam a falta de consulta e temem as consequências para a história e os direitos humanos no território.

Guiana Francesaministro da Justiça da França, Gérald Darmanin, anunciou a construção de uma nova prisão de segurança máxima no território, visando combater o tráfico de drogas e o extremismo.

A proposta gerou revolta entre a população local. O deputado Davy Rimane criticou a falta de consultas, afirmando que a França não pode enviar prisioneiros indesejáveis como no passado. A resistência se intensificou quando o ministro do Interior defendeu a proposta, dizendo que traficantes devem ser tratados sem compaixão.

A nova prisão, com capacidade para 500 detentos e custo estimado em US$ 450 milhões, será construída a sete quilômetros da comuna de Saint-Laurent du Maroni, conhecida pela antiga colônia penal da Ilha do Diabo.

Pesquisadores alertam que a prisão pode ser uma forma de brutalidade penal, com prisioneiros isolados em condições adversas e sem acesso adequado a saúde. A criminologista Marion Vannier disse que a transferência de prisioneiros pode violar a Convenção Europeia de Direitos Humanos.

Além disso, a proposta é vista como um retrocesso colonial, segundo o deputado Jean-Victor Castor, que criticou a falta de respeito pela história da Guiana Francesa. A Coletividade Territorial da Guiana também se opõe, classificando o projeto como uma cópia indesejada do antigo sistema penal.

O ministro Darmanin espera que a prisão comece a funcionar em 2028, mas a crescente oposição pode complicar a implementação do plano.

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