Como o Ocidente está ajudando a Rússia a financiar guerra contra a Ucrânia
A exportação de combustíveis fósseis da Rússia continua a ser uma fonte significativa de receita, mesmo após sanções impostas pelo Ocidente. Ativistas alertam que essa dependência prejudica os esforços dos aliados da Ucrânia para limitar a capacidade da Rússia de financiar sua guerra.
A Rússia continua a arrecadar bilhões de dólares com a exportação de combustíveis fósseis para o Ocidente, o que financia sua invasão à Ucrânia. Desde fevereiro de 2022, a Rússia recebeu mais de 883 bilhões de euros (cerca de R$ 5,69 trilhões) com a venda de petróleo e gás, superando em mais de três vezes o auxílio financeiro à Ucrânia.
Ativistas exigem que os governos da Europa e da América do Norte façam mais para interromper esse fluxo de receita que alimenta a guerra. Apesar de sanções e proibições, as compras de gás russo persistem, e grande parte da receita continua a vir da União Europeia.
Nos primeiros meses de 2024, a receita russa caiu apenas 5% em relação ao ano anterior, enquanto a venda de gás natural liquefeito (GNL) rompeu recordes. A chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, admitiu que as sanções não foram as mais severas em relação ao gás e petróleo por receios com a escalada do conflito e os preços da energia.
A nova onda de sanções europeias para interromper as importações de gás russo deve ser concluída até 2027. Contudo, até agora, a receita da Rússia supera sistematicamente o auxílio à Ucrânia, tornando difícil para o Ocidente limitar a capacidade russa de financiar a guerra.
O conceito de "brecha do refino" permite que petróleo russo seja processado em outros países, como Turquia e Índia, e então vendido para mercados que impuseram sanções. Essa prática permite que sanções sejam contornadas, levando a iniciativas que tornam necessário um controle mais rigoroso.
Activistas afirmam que a UE poderia facilmente eliminar suas importações de GNL da Rússia, e que a posição de quem compra o combustível é moralmente complexa, pois simultaneamente apoia a Ucrânia na guerra contra a agressão russa.