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Como o governo se articula para resolver a crise do IOF sem parecer que capitulou

Ministro da Fazenda alerta que o país pode se tornar "ingovernável" sem ajustes nas finanças, enquanto a pressão do Congresso aumenta para a revogação do aumento do IOF. A equipe econômica busca alternativas para evitar cortes em programas sociais e minar a insatisfação dos parlamentares.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alerta: "Se ajustes não forem feitos, o País ficará ingovernável".

A declaração foi feita em reunião na residência do presidente da Câmara, Hugo Motta, na quarta-feira, 28. Participantes, incluindo o presidente do Senado e líderes do governo, discutiram a crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O Congresso já tem votos para derrubar o decreto que elevou as alíquotas do IOF, com mais de 20 projetos de decreto legislativo apresentados. Haddad admitiu que, sem o IOF, programas sociais não teriam financiamento.

O governo tem até 10 de junho para apresentar uma alternativa, ou o decreto poderá ser revogado. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, sugeriu um pacto entre os três Poderes para contenção de gastos.

Uma ideia em estudo envolve reonerar a folha salarial de setores que receberam incentivos, mas essa medida poderá ser tomada só em 2026. A equipe econômica acredita que não há tempo para ajustar a arrecadação sem o IOF.

Haddad enfrenta críticas de diversos setores, incluindo seu próprio governo. Rui Costa, da Casa Civil, e Gleisi Hoffmann disseram que Haddad não informou adequadamente sobre o impacto do aumento.

O presidente Lula pede para que Haddad mantenha a firmeza, enquanto a popularidade do governo diminui. A crise do IOF foi exacerbada por um escândalo envolvendo desvio de dinheiro do INSS.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se opôs ao aumento e afirmou que não foi consultado. O descontentamento aumentou, com deputados de diversos partidos buscando revogar o aumento.

Hugo Motta, presidente da Câmara, critica gastos excessivos do governo e afirma que o Brasil precisa de menos impostos.

No encontro, não foi encontrada uma solução para a crise do IOF. O governo tem até 10 de junho para negociar, sob pressão intensa do Congresso.

A situação se complica com a Coalizão das Frentes Parlamentares do Setor Produtivo, que está unida contra o decreto do IOF e já possui apoios suficientes na Câmara.

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