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Como o governo Lula ‘azedou’ a relação com o mercado pela segunda vez em seis meses

Medidas fiscais controversas do governo Lula geram volatilidade no mercado e desconfiança entre investidores. A tentativa de aumentar o IOF revela tensões sobre a disciplina fiscal e as prioridades orçamentárias do ministério da Fazenda.

Medidas fiscais geram reação negativa no Brasil

Na semana passada, o Brasil vivenciou uma disparada do dólar após o anúncio de medidas para equilibrar o orçamento do governo Lula. Esse plano levantou questões sobre a austeridade fiscal e rumores de controle de capital.

O mercado reagiu à proposta de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que levou à desvalorização do real, encerrando o dia com queda superior a 1%. Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, modificou o decreto do IOF, retirando a controvérsia de um imposto de 3,5% sobre investimentos offshore.

Apesar de negar intenções de controle de capital, Haddad destacou a desconexão crescente entre investidores e o governo. A justificativa para o aumento do IOF estava na necessidade de corrigir distorções no mercado, com uma arrecadação adicional estimada de R$ 18 bilhões em 2023.

A negativa ao aumento do IOF pelo Banco Central e a pressão por cortes de gastos surgiram como obstáculos no caminho de Haddad, que defende a disciplina fiscal. A situação é exacerbada pela necessidade de R$ 2 bilhões em receita adicional e a crescente pressão por gastos sociais antes das próximas eleições.

A percepção do governo sobre a situação fiscal e a resistência a medidas estruturais desencadeia dúvidas sobre como Lula lidará com as pressões do mercado e as políticas populistas.

Observadores acreditam que os riscos aumentam à medida que as eleições se aproximam, questionando até onde o governo Lula poderá ir sem comprometer a credibilidade fiscal.

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