Como o Brasil oscilou no Mapa da Fome no século 21

Brasil sai do Mapa da Fome pela segunda vez neste século segundo a FAO. A conquista deve ser celebrada, mas é necessário entender os cenários que levaram a essa oscilação.

O Brasil, um dos maiores produtores de alimentos, ainda enfrenta desafios para alimentar toda sua população. O economista Renato Maluf destaca ser "vergonhoso" que o país tenha estado na lista. O sociológo Giuliano Salvarani também menciona a desigualdade extrema.

Pela ONU, um país deixa o Mapa da Fome quando menos de 2,5% da população está em risco de subnutrição. Entre 2000 e 2002, 10,4% dos brasileiros viviam essa condição. Desde 2013, houve melhoria significativa até que o Brasil saiu do mapa em 2015.

A melhora na segurança alimentar é atribuída a políticas públicas, aumento do salário mínimo, e ações da sociedade civil. Durante os governos do PT, programas como Fome Zero e Bolsa Família foram criados, mas a situação piorou entre 2019 e 2021.

Recentemente, entre 2021-2023, 3,9% da população esteve subalimentada. A volta do Bolsa Família e outras políticas sociais coincidiram com a saída do Mapa da Fome novamente.

Dados revelam que 24 milhões de brasileiros deixaram a insegurança alimentar grave entre 2022 e 2023. A pobreza extrema caiu para 4,4%, e a pobreza geral para 23,72%.

O ministro Wellington Dias destacou que o objetivo era retirar o país do Mapa da Fome até 2026, um feito alcançado em apenas dois anos. O frade Frei Betto e especialistas elogiam a conquista, citando o papel histórico do PT no combate à fome.

A Rede Penssan afirma que ainda há 7 milhões de brasileiros em situação de fome e que o progresso requer um compromisso político contínuo. A luta contra a fome é vista como questão política, não apenas econômica, e deve permanecer no centro da agenda do país.