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Como o Ártico se transformou numa das regiões mais disputadas por potências globais

China busca se afirmar como potência no Ártico, intensificando a competição com Rússia e países ocidentais, enquanto transforma a região em um cenário estratégico e econômico. O aquecimento global e o derretimento do gelo abrem novas oportunidades, mas também elevam as tensões entre as potências.

Maguns Mæland se tornou prefeito de uma cidade no norte da Noruega no fim de 2023 e imediatamente recebeu três delegações da China. Isso reflete o interesse do país em se tornar uma superpotência polar.

A China se descreve como um "Estado quase ártico", apesar de sua capital regional, Harbin, estar na mesma latitude que Veneza. A região está se tornando uma das mais disputadas, com Rússia, Europa, Índia e EUA competindo por oportunidades.

O aquecimento global faz o Ártico aquecer quatro vezes mais rápido. O derretimento do gelo facilita o acesso a recursos naturais como petróleo e gás, além de novas rotas comerciais, como a "Rota da Seda Polar".

Em Kirkenes, o diretor do porto, Terje Jørgensen, planeja um porto internacional, almejando se tornar um ponto central para o comércio entre América do Norte, Europa e Ásia. Novas leis na Noruega proíbem a venda de propriedades que possam afetar interesses de segurança.

O prefeito Mæland expressa cautela sobre a influência chinesa, afirmando que a Europa deve considerar sua dependência de regimes autoritaristas. As tentativas da China de adquirir infraestrutura no Ártico europeu têm sido rejeitadas, forçando-a a estreitar laços com a Rússia, que controla metade da costa ártica.

Rússia e China cooperam militarmente na região, realizando patrulhas conjuntas e exercícios militares. O Instituto Fridtjof Nansen descreve o Ártico como um "alvo fácil" para essa colaboração.

A Noruega se mantém alerta contra a ameaça russa, especialmente após a invasão da Ucrânia. Há crescentes episódios de espionagem e interferência de GPS, incomodando suas operações militares e de inteligência.

No arquipélago de Svalbard, apesar do ambiente aparentemente harmonioso, surgem sinais de nacionalismo. Comunidades indígenas argumentam que suas vozes são ignoradas em meio à disputa por recursos.

As tensões geopolíticas estão acarretando riscos significativos, com o medo de interpretações erradas entre os países rivais aumentando a possibilidade de conflitos no Ártico.

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