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Como 'julgamento do macaco' marcou confronto entre ciência e religião nos EUA há 100 anos

O centenário do julgamento de Scopes reaviva o debate entre ciência e religião nos Estados Unidos, refletindo as divisões sociais atuais. A disputa histórica sobre a evolução e os valores culturais ainda ressoa nas discussões contemporâneas sobre educação e política.

Centenário do Julgamento de Scopes: Há cem anos, Dayton, Tennessee, tornou-se o centro de um debate entre ciência e religião quando o professor John T. Scopes foi acusado de ensinar a teoria da evolução, desafiando a lei Butler que proibia tal prática nas escolas públicas.

O julgamento, também conhecido como "o julgamento do macaco", expôs as divisões entre fundamentalismo religioso e ciência. A lei, aprovada em 21 de março de 1925, visava proteger a interpretação literal da Bíblia e foi motivada por um crescente temor entre fundamentalistas sobre a teoria da evolução e a educação científica.

A ACLU procurou um réu para desafiar a lei. Scopes, de 24 anos, aceitou ser o professor que violaria a norma, resultando na sua detenção e indiciamento.

O julgamento atraiu atenção nacional, com 200 jornalistas e milhares de espectadoras. A acusação foi liderada por William Jennings Bryan, enquanto a defesa foi chefiada por Clarence Darrow, que questionou a literalidade das Escrituras na presença da imprensa.

Após oito dias de audiências, o júri declarou Scopes culpado. Embora sua condenação tenha sido revertida em uma questão técnica, a lei Butler se manteve constitucional. O caso, no entanto, é considerado uma vitória intelectual para a defesa, gerando debates sobre o papel da ciência e da religião na educação.

As tentativas de proibir o ensino da evolução continuaram, mas, com o tempo, a aceitação entre fundamentalistas aumentou de 8% em 1988 para 32% em 2019, como mostra pesquisa recente.

O centenário do julgamento reverberou nas discussões atuais, refletindo a polarização cultural dos EUA sobre ciência, educação e religião. A história permanece viva em livros e filmes, simbolizando a luta contínua entre diferentes visões de mundo.

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