Como iminente prisão de Cristina Kirchner pode impactar as eleições legislativas na Argentina
A decisão da Corte Suprema gera reações polarizadas na Argentina, aumentando as tensões entre os aliados de Cristina Kirchner e o governo de Javier Milei. A ex-presidente enfrenta desafios na política enquanto sua condenação provoca discussões sobre a unidade do peronismo nas próximas eleições.
Dia histórico na Argentina: a Corte Suprema manteve a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner por corrupção, com pena de seis anos de prisão e perda dos direitos políticos.
O presidente Javier Milei celebrou a decisão, enquanto aliados peronistas a criticaram. Sindicatos e movimentos sociais bloquearam vias em apoio a Cristina.
Aos 72 anos, ela pode solicitar prisão domiciliar na capital ou em Santa Cruz, sua residência. Após a decisão, chamou juízes de “fantoche” e acusou a Corte de bloquear o voto popular.
Cristina havia anunciado intenção de concorrer a uma vaga como deputada nas eleições legislativas, mas com seus direitos cassados, a oposição precisará repensar a estratégia.
O partido de Milei, Liberdade Avança, venceu recentemente as eleições em Buenos Aires, fortalecido para as legislativas de 7 de setembro.
A confirmação da sentença pode fortalecer o discurso de Milei contra o peronismo, que é apontado como culpado pela crise econômica herdada. Matheus Pereira, doutor em Relações Internacionais, explica que a política de Milei pode se beneficiar, mas Cristina ainda exerce papel importante como antagonista.
A condenação, baseada em provas de contratos superfaturados e fraudes durante seu governo (2007-2015), foi rejeitada pela defesa.
O futuro do peronismo diante da condenação é incerto. Se responder de forma articulada, pode se fortalecer; se se dividir, isso beneficiará Milei. O ex-presidente Alberto Fernández sinalizou apoio a Cristina, destacando a injustiça da situação.