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Como estão crianças com microcefalia, 10 anos após a epidemia de zika

Mães de crianças afetadas pela zika se unem para formar rede de apoio e lutar por direitos. Quase uma década após a epidemia, desafios permanecem em meio a conquistas e esperanças renovadas.

Anne Caroline Rosa cuida de seu filho Moisés, de 9 anos, que nasceu com microcefalia devido à infecção por zika durante a gestação. Quase 2 mil crianças no Brasil foram afetadas entre 2015 e 2016, levando a OMS a declarar emergência de saúde pública.

Moisés, que passou por uma cirurgia de gastrostomia, enfrenta dificuldades devido à síndrome congênita, que inclui problemas cardíacos e dificuldades alimentares. Rosa, mãe solo, batalhou contra preconceitos e cuidados constantes, muitas vezes sem apoio familiar.

As mães de crianças com síndrome enfrentam desafios financeiros. Muitas dependem do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e lutam por direitos na Justiça para cirurgias e tratamentos. Apesar das dificuldades, elas se uniram através da Associação das Famílias de Anjos do Estado de Alagoas (Afaeal), criando uma rede de apoio entre si.

O projeto de Lei 6064/23, que previa indenizações, foi vetado, levando as mães a se mobilizarem em busca de novos apoios. Anne gostaria de usar a indenização para melhorar a saúde de Moisés, e muitas mães veem a falta de suporte do Estado como crucial para a qualidade de vida de seus filhos.

O número de casos de zika e microcefalia caiu, mas ainda existem muitas incógnitas sobre as causas e o impacto prolongado da epidemia, especialmente no Nordeste do Brasil, região mais afetada, onde diversos fatores sociais e ambientais podem ter contribuído para a alta incidência.

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