Como bacalhau virou prato típico da Sexta-Feira Santa
Padre questiona tradição do bacalhau na Sexta-Feira Santa e propõe reflexão sobre práticas de jejum. Historiadores explicam as origens e influências culturais que moldaram essa prática entre os católicos brasileiros.
Padre Eugênio Ferreira de Lima critica a tradição de abstinência de carne vermelha durante a quaresma, notando que o bacalhau é mais caro e não beneficia os mais pobres.
A prática de não comer carne vermelha na Sexta-Feira Santa remonta à colonização portuguesa, com o bacalhau se tornando popular devido à sua conservação. Especialistas afirmam que não há uma única razão, mas sim uma combinação de fatores históricos, teológicos e religiosos.
O jejum começou nos primeiros séculos do cristianismo, sem foco específico em alimentos. Na Idade Média, a abstinência começou a ser regulamentada, associando-se ao sacrário da penitência e à reconciliação dos pecados.
O peixe é permitido pelo simbolismo religioso, vinculando-se a Jesus e à tradição das comunidades do Oriente Médio. Com o passar do tempo, a prática de consumir bacalhau se tornou popular no Brasil, especialmente após a chegada da corte portuguesa em 1808.
A escolha do bacalhau é pragmática, pois em épocas sem refrigeração, ele era ideal pela sua durabilidade. Essa prática foi ressignificada ao longo do tempo e se tornou um símbolo da Páscoa no país, refletindo uma tradição ainda explorada comercialmente.