Como aumentar vida útil das roupas: 'Se jogamos fora só porque zíper quebrou, precisamos repensar'
Ativistas e especialistas em moda sustentável alertam para o impacto ambiental da indústria têxtil e promovem a recuperação do cuidado com as roupas. A proposta inclui comprar menos, consertar peças e valorizar a relação com o vestuário, em vez de optar por fast fashion.
Orsola de Castro, fundadora da campanha Fashion Revolution, questiona a mentalidade de descartar roupas devido a pequenos defeitos, como um zíper quebrado. Em seu livro Loves Clothes Last, ela pede uma reflexão sobre o desperdício de vestuário.
A ONU estima que a indústria da moda seja responsável por 2% a 8% das emissões globais de gases de efeito estufa, utilizando 215 bilhões de litros de água anualmente e gerando 92 milhões de toneladas de desperdício têxtil por ano.
Muitos consideram que, para mitigar esses efeitos, é essencial comprar menos e cuidar melhor das roupas. O grupo britânico Take the Jump sugere adquirir apenas três peças novas por ano.
A designer Sam Weir enfatiza a importância de interagir com a moda sem consumismo, incentivando a utilização criativa das roupas já possuídas. Ela sugere combinar peças antigas para criar novos looks.
Mikha Mekler, professora de moda, recomenda “comprar com qualidade” e evitar marcas de fast fashion. Além disso, Victoria Jenkins alerta sobre a importância de verificar a qualidade das roupas antes da compra.
A eficientização do uso das roupas através de lavagens menos frequentes e adequado armazenamento também é essencial para aumentar sua durabilidade e minimizar o impacto ambiental.
Habilidades como costurar e consertar conseguem dar nova vida às roupas, evitando seu descarte e promovendo uma conexão mais profunda com elas. Para Castro, cuidar das roupas reflete um cuidado maior com o ambiente e com as pessoas envolvidas na sua produção.
Ela conclui que a verdadeira necessidade atual é cuidar do meio ambiente, não acumular mais vestuário.