Como aliados dos EUA estão rompendo com Trump para forçar uma mudança em Gaza
O anúncio do Canadá, França e Reino Unido sobre o reconhecimento do Estado palestino mostra um desabamento da unidade entre Estados Unidos e seus aliados, que divergem sobre o futuro da Faixa de Gaza. Enquanto isso, a falta de um plano claro por parte do governo Trump agrava a incerteza e o caos na região.
Canadá, França e Reino Unido anunciaram planos de reconhecimento do Estado palestino, enquanto Estados Unidos continuam defendendo Israel.
Em novembro de 2023, o então secretário de Estado americano, Antony Blinken, apresentou princípios para o "dia seguinte" após a guerra em Gaza durante uma reunião do G7 em Tóquio. Embora esses princípios visassem atrair apoio internacional, foram descartados pelo governo Trump.
Recentemente, a conferência na ONU, liderada pela França e pela Arábia Saudita, discutiu soluções para o conflito, culminando na decisão do Canadá de reconhecer o Estado palestino até o final do ano, condições a serem definidas.
Entretanto, o governo Trump boicotou a reunião, considerando-a anti-Israel, e reafirmou sua falta de uma visão de longo prazo para Gaza. A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, desmereceu a conferência.
O plano anterior de Trump previa a construção da "Riviera do Oriente Médio" na Faixa de Gaza, envolvendo o deslocamento forçado dos palestinos e ocupação militar israelense. No entanto, esse plano foi abandonado.
A situação em Gaza se agrava com a fome e a desnutrição, e a comunidade internacional está cada vez mais alarmada. O secretário do Exterior britânico, David Lammy, expressou indignação diante da tragédia humanitária.
Os países europeus buscam um plano de paz e um apoio estruturado à Autoridade Nacional Palestina, desafiando a postura americana de apenas reconhecer um Estado palestino após negociações.
A ausência de uma estratégia americana deixa um vácuo que países europeus e árabes tentam preencher, buscando uma intervenção urgente e um apoio à governança em Gaza, numa tentativa de reiniciar o processo diplomático.