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Como a queda dos preços das commodities em meio ao tarifaço de Trump pode afetar o Brasil

A queda dos preços das matérias-primas reflete a desaceleração econômica global e a guerra tarifária entre EUA e China. Especialistas acreditam que o Brasil pode se beneficiar nas exportações agrícolas, mas desafios persistem na balança comercial e na inflação.

Queda nos preços de matérias-primas no mercado internacional resulta da desaceleração econômica provocada por tarifas de Donald Trump.

O índice CRB caiu 8,43% na última semana, com perdas acumuladas de 3,53% no ano até 7 de outubro.

Matérias-primas como petróleo tipo Brent (-17,87%), cobre (-18,45%), e minério de ferro (-12,50%) registraram quedas expressivas, enquanto soja, açúcar, e algodão tiveram quedas menores.

O economista Fabio Silveira prevê que a retração dos preços deve persistir devido à guerra tarifária entre os EUA e China, impactando o crescimento do PIB mundial, de 3,2% para 2,5% em 2023.

O índice CRB estava em 344 pontos, com previsão de recuo adicional de 10% para alcançar 300 pontos.

Segundo José Carlos Hausknecht, apesar da queda à nível internacional, os preços de soja e algodão se mantêm firmes no Brasil, beneficiando o setor agrícola. O Brasil terá competitividade no mercado global em função das tarifas menores em comparação ao Vietnã.

Embora a situação possa ser menos negativa para o Brasil, a balança comercial deve cair de US$ 75 bilhões para US$ 55 bilhões este ano, influenciada pela guerra tarifária.

Os efeitos sobre a inflação são incertos, com a queda das commodities podendo aliviar a pressão, mas o comportamento da taxa de câmbio pode neutralizar esses efeitos.

Os economistas também alertam que o aumento das importações de bens industriais da Ásia pode gerar efeito desinflacionário, enquanto a situação do petróleo, cotado em torno de US$ 60, poderia permitir uma redução nos preços dos combustíveis, embora a Petrobras deve manter os preços inalterados por conta da volatilidade do mercado.

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