HOME FEEDBACK

Como a fusão entre Tok&Stok e Mobly deflagrou um dos maiores conflitos societários do País

Disputa entre fundadores e novos investidores da Tok&Stok se agrava após fusão com a Mobly, levantando questões sobre o futuro da marca no mercado. A batalha societária já chegou aos tribunais, com acusações mútuas e desafios financeiros em meio a operações deficitárias.

Casal Dubrule, originário da França, encontrou uma oportunidade de negócios no Brasil no final da década de 1970, criando a Tok&Stok, voltada para a demanda de móveis da classe média. Desde então, a marca se tornou um símbolo do varejo de design no País, enfrentando diversas crises locais.

Atualmente, a Tok&Stok enfrenta um desafio significativo devido a uma fusão com a varejista digital Mobly, não consultando os fundadores, o que gerou uma das maiores disputas societárias do mercado. Aos 70 anos, Ghislaine Dubrule lidera a reação dos fundadores, após retornar ao negócio em 2023. O fundo Carlyle, que possui 60% da Tok&Stok desde 2012, implementou um plano de crescimento rápido, mas a empresa acumula dívidas de R$ 600 milhões.

A fusão visa unir a experiência da Tok&Stok no varejo físico e o conhecimento digital da Mobly. No entanto, o casal Dubrule considera essa combinação um “abraço dos afogados”, acreditando que a Tok&Stok enfrenta um problema pontual de endividamento, enquanto na Mobly o modelo de negócio apresenta baixo potencial de resultados.

A crise societária gerou disputas legais, incluindo pedidos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Judiciário, especialmente em torno de uma solicitação da Tok&Stok para que a Toky realize uma Oferta Pública de Ações (OPA) com o intuito de recuperar o controle da empresa. A Mobly questiona o valor da oferta, que é considerado baixo.

Uma nova variável surgiu: o grupo XXXLutz, acionista do grupo, que acusa os Dubrulers de conluio com a home24. Os Dubrule, por sua vez, estão buscando a Justiça para sustentar a OPA e responsabilizar a Mobly pelas acusações.

Enquanto a disputa avança no âmbito jurídico, a situação financeira das operações continua delicada. Apesar de um crescimento de 160% na receita líquida no quarto trimestre de 2024, a empresa registrou um prejuízo de R$ 105,4 milhões, um aumento considerável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Leia mais em estadao