Como a Embraer virou referência na aviação e qual será o impacto de tarifas de Trump
Taxa de 50% imposta por Trump pode afetar drasticamente a Embraer, grande exportadora brasileira de aviões. CEO alerta para possíveis cancelamentos de pedidos e impactos significativos nas operações da empresa nos Estados Unidos.
Taxação adicional nos EUA: A partir de 1º de agosto, produtos brasileiros exportados para os EUA terão uma taxa de 50%, afetando diretamente a Embraer, principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil, com forte presença no mercado americano.
Impacto na Embraer: O CEO Francisco Gomes Neto destacou que as exportações para os EUA representam 45% nos jatos comerciais e 70% nos jatos executivos, sustentando quase 3.000 empregos no país. A Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo e líder em aeronaves até 150 assentos.
A empresa também fabrica aviões militares, comerciais, executivos e agrícolas, tendo produzido mais de 9.000 aeronaves desde sua fundação em 1969.
História da Embraer: Criada após esforços do governo brasileiro, a Embraer se destacou com o primeiro avião bimotor, o Bandeirante, que operava em pistas curtas, conectando regiões isoladas.
Na década de 1990, enfrentou crise financeira e foi privatizada. Desde então, lançou diversos modelos, como o ERJ-145 e a família de jatos E-jets.
Desafios atuais: A taxação pode gerar um custo adicional de R$ 50 milhões por avião e impactar R$ 2 bilhões em tarifas apenas neste ano. Possíveis consequências incluem cancelamento de pedidos e ajustes no quadro de funcionários.
Pressão sobre o governo: Gomes Neto confia que o governo brasileiro buscará uma solução para reverter a alíquota elevada, uma vez que a “scope clause” favorece os jatos da Embraer no mercado americano.
Perspectivas internacionais: A Embraer se beneficia da alta demanda mundial por aeronaves, com um recente acordo de US$ 4 bilhões para 45 jatos com a Scandinavian Airlines, reforçando sua presença global.
Opinião do analista: Gustavo Cruz, da RB Investimentos, observa que a Embraer tem um poder significativo no mercado, e as companhias aéreas americanas podem pressionar o governo para evitar a taxação. Ele destaca que a disponibilidade de outros fornecedores é limitada.