Como a Embraer virou referência na aviação — e qual será o impacto de tarifas de Trump
Taxas de 50% nos produtos brasileiros podem impactar severamente a Embraer, principal exportadora do Brasil. A fabricante destaca que suas operações nos EUA sustentam milhares de empregos e representam uma fatia significativa de seu mercado.
Impacto da Taxação Americana na Embraer
A partir de 1º de agosto, produtos do Brasil, incluindo aeronaves da Embraer, sofrerão taxação adicional de 50%. Essa medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump.
Embraer é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil e exporta 45% dos jatos comerciais e 70% dos jatos executivos para os EUA. O CEO Francisco Gomes Neto destacou que a empresa sustentou quase 3 mil empregos nos EUA durante suas mais de 45 anos de operação no país.
A Embraer, a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, já produziu mais de 9 mil aeronaves desde sua fundação em 1969. A empresa enfrentou crises, como a privatização em 1994 e a pandemia de Covid-19, que resultou em uma queda de receita superior a 30%.
O CEO prevê que a nova taxa pode gerar custos adicionais de R$ 50 milhões por avião, totalizando quase R$ 2 bilhões apenas neste ano. Isso pode levar ao cancelamento de pedidos, postergação de entregas e redução de investimentos.
As cláusulas de contratos com companhias aéreas americanas tornam os jatos da linha E1 da Embraer únicos no mercado, dificultando a substituição por outras fabricantes, como Boeing e Airbus, que já têm seus pedidos ocupados. Gustavo Cruz, da RB Investimentos, prevê que companhias aéreas americanas pressionarão o governo para não incluir jatos da Embraer na nova tarifa.
No cenário atual, a Embraer continua a avançar em acordos internacionais, como o recente contrato com a Scandinavian Airlines para a compra de 45 jatos E195-E2.