Como a crise entre Brasil e EUA levou à sanção Magnitsky contra Alexandre de Moraes

Governo dos EUA impõe sanções a Alexandre de Moraes, ministro do STF

Nesta quarta-feira (30), o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky.

As sanções são parte de uma escalada de tensão entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que ameaça impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

De acordo com o comunicado, Moraes é acusado de conduzir uma “campanha opressiva de censura” e autorizar “prisões arbitrárias”, incluindo a de Bolsonaro. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que Moraes está em uma “caça às bruxas ilegal”.

A sanção inclui:

• Bloqueio de bens e ativos de Moraes nos EUA.
• Proibição de transações com cidadãos e empresas norte-americanos.

Essa medida se soma a ações anteriores, como a revogação do visto de Moraes e outros ministros do STF em julho.

A ofensiva contra Moraes ganhou força com a articulação de aliados de Bolsonaro nos EUA, especialmente do deputado Eduardo Bolsonaro.

Trump já classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional”.

Paralelamente, tramita na Câmara dos EUA um projeto chamado “Sem Censores em Nosso Território”, que visa restringir a entrada de estrangeiros acusados de censura, embora não cite Moraes diretamente.

Moraes, em resposta, reafirmou a independência do Judiciário brasileiro, afirmando que o Brasil “deixou de ser colônia em 1822”.

A sanção ocorre em meio à disputa tarifária, com Trump já reduzindo exportações de carne bovina para os EUA, o que pode resultar em perdas de até US$ 5,8 bilhões para o setor.

O governo Lula considera as medidas contra Moraes e o tarifaço como uma pressão da Casa Branca para beneficiar Bolsonaro e desgastar o Judiciário.